14/03/2015

O jogo do celular - Parte II

“O que você está pensando, Stephanie? Você me prometeu que não faria isso!”

“Sim, sim, eu sei. Mas não é nada de mais. Eu já tenho tudo planejado. Além disso, se for verdade e se isso funciona, é uma oportunidade muito boa para deixar passar!”

Ela mostrou o celular. “Olhe!” Ela disse vertiginosamente. 

Uma mensagem de texto foi aberta na tela em que se lia “Bem-vindo ao jogo.”

“Meio bizarro, né? Eu recebi assim que enviei o texto à meia noite, bem como as garotas disseram.”

Meu queixo caiu. Eu estava apavorado e sem palavras. Este jogo não poderia ser real, poderia?

“Stephanie, se isso for real, então você está em perigo agora. Você tem apenas duas semanas para encontrar o item protetor.”

“Eu sei. Por isso que enviei o texto para a Rebecca. Eu vou descobrir se isso é verdade ou não!”

Fiquei puto. “Você fez O QUE?! Mas Stephanie, se isso é real então te faz tão boa quanto um assassino! Você amaldiçoou a Rebecca e agora ela pode morrer por sua causa!”

“Relaxa, Jack. Na verdade eu não acredito em nada dessas coisas. Mas mesmo que for, Rebecca sempre foi uma vadia. Não é como se ela não merecesse.” Ela deu aquele mesmo sorrisinho malicioso que eu sempre amei. Mas nesse momento eu não estava amando nenhum pedacinho dele.

Duas semanas se passaram e nada aconteceu. Mas então, um dia, Rebecca não apareceu na escola. Na hora do almoço, Stephanie estava sentada com a gente como sempre quando o assistente do Diretor veio falar com todos usando um megafone.

“Atenção, por favor.” Todos ficaram em silêncio. “A polícia informou que uma de suas colegas, Rebecca, está desaparecida.”

A pele dourada da Stephanie ficou branca. Ela congelou.

“Seus pais estão muito preocupados com ela. Se algum de vocês sabe alguma coisa sobre isso, por favor, venha e falem comigo depois da escola. Isso é tudo.”

“Stephanie...” Eu sussurrei. Eu estava muito preocupado. Eu tinha muito medo do que ela faria. Ela me olhou e disse “Não diga nada. Apenas não diga.”

Ela se levantou e saiu correndo do refeitório. Eu corri atrás dela.

“Stephanie! Stephanie! O que você está fazendo?”

Ela continuou correndo de mim, o celular na mão.

“Não tente me parar, Jack. Se eu vou sobreviver, preciso de mais tempo. Eu posso ter mais uma semana se eu amaldiçoar mais alguém, e eu terei três semanas para encontrar o item.”

“Stephanie, escuta o que você está dizendo. Você vai amaldiçoar? Você mataria mais alguém por um pequeno tempo extra? Veja o que aconteceu com você!”

Ela estava começando a chorar.

“Eu sei, porra! Mas sei que eu vou amaldiçoar. Ninguém sentirá falta dele, eu prometo.”

“Stephanie, isso não é certo. Você não pode fazer isso. Ninguém merece isso. Me deixe te ajudar. Nós podemos encontrar juntos um item de proteção para você.

Ela se virou e me mostrou o celular. Na caixa de saída tinha um SMS com a mensagem “Bem-vindo ao jogo.”

Ela havia enviado ao Rottenbacher.

Comecei choramingar. Eu a agarrei o mais forte que pude. “Stephanie, Stephanie. Eu te amo. Me desculpe. Isso não está certo. Nada disso é certo.”

Ela me segurou e começou chorarprofundamente. Nós nos abraçamos ali quase por uma hora. Continuo me lembrando como se fosse ontem.

Então, naquela noite antes de irmos para casa, nós dois resolvemos que nós começaríamos a procurar pelo item de proteção no dia seguinte.

No dia seguinte, eu estava andando com a Stephanie pela pista depois da escola quando Rottenbacher se aproximou de nós com seu celular. Ele estava furioso. Ele enfiou o celular na cara dela.

“É essa sua ideia de piada, sua estúpida puta de olhos puxados?”

Verdade seja dita, Rottenbacher tinha o direito de estar um pouco zangado. Certo, ele era um nazista esquisito, mas com todas essas insinuações de assassinato a nossa volta, eu poderia imaginar qualquer um ficando nervoso por receber uma mensagem de texto como aquela.

Mas mesmo assim eu não deixaria ninguém falar com a minha garota daquele jeito.

“Hey, cara, você lave sua boca. Não é jeito de falar com uma dama.”

“Dama?” Rottenbacher gritou. “Essa vagabunda não é uma dama. Ela é só uma vadia, e ela tentou me matar! Eu aposto que você matou aquela outra garota também, não matou? Rebecca? Ela está desaparecida por sua causa, não está?”

Stephanie começou chorar.

Puxei meu braço para trás e dei o soco mais forte que pude na cara do Rotenbacher. Ele cambaleou uns passos para trás e agarrou o lábio, de onde escorria um pouco de sangue, mas manteve a compostura.

Eu meio que esperava ele me bater de volta, mas ele só ficou ali parado.

Depois de um momento, ele falou.

“Você não entendeu isso, não é Stephanie? EU JÁ ESTOU NO JOGO. Sempre estive. Sei como funciona. Mas diferente de você, eu nunca amaldiçoei ninguém.

“Merda!” Eu falei. “Se isso tudo é verdade, então como você continua...”

De repente, eu lembrei do cilício que Rottenbacher vestia em torno de sua perna que o fazia mancar em agonia, e o que Stephanie havia dito na hora do almoço.

Sempre que um item de proteção era descoberto, o que quer que fosse, causaria sofrimento.

“Seu item de proteção” Você tem um!”

Os olhos de Stephanie se iluminaram. Estava claro que ela imaginou a mesma coisa que eu. Rottenbacher sorriu afetadamento. “Está certo. Então sua namorada achou que teria tempo adicional por tentar me amaldiçoar. Eu já estava no jogo e já tinham feito isso.”

Stephanie olhou-o com medo nos olhos.

Dias se passaram e por mais que tentássemos, Stephanie e eu não pudemos encontrar nada que pudesse ser qualificado como um item protetor. Nós estávamos perto das duas semanas limite e ela estava parecendo mais e mais assustada a cada dia. Seu cabelo estava uma bagunça, sua usual personalidade alegre estava sombria e perturbada. Ela ficava olhando para o nada durante as aulas e rezava constantemente.

No fim do das duas semanas de prazo, nós dois estávamos aterrorizados. Ela veio até a escola e disse “Jack, quero que Você duma comigo essa noite. Fique comigo a noite toda. Não deixe que me peguem.”

Eu não poderia recusar. Apareci na casa dela tarde naquela noite e entrei pela janela. Nós dormimos juntos. Isso era agridoce.

Ela dormiu me abraçando, mas eu fiquei acordado quase a noite toda a observando e esperando até que finalmente caí no sono, por volta de 4h30 da manhã por pura exaustão.

No dia seguinte, quando acordei, tudo o que podia pensar era em Stephanie. Olhei a minha volta freneticamente. Ela não estava na cama perto de mim.

“Stephanie” Gritei enquanto saia da cama e começava a procurar por ela. Entrei na cozinha.

“Não fale tão alto” Era Stephanie. Me virei e a vi sentada na mesa da cozinha. Ela estava sorrindo e parecia mais vertiginosa do que nunca.

Suspirei em sinal de alivio.

“Meus pais já foram pro trabalho, mas não quero que os vizinhos suspeitem e digam alguma coisa.”

Lamentei aliviado. Tinha acabado e ela estava segura. Nada tinha vindo buscá-la. Corri pela cozina e a abracei, e a beijei toda.

Tudo estava perfeito.

Por duas semanas.
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Parte I aqui.

8 comentários:

  1. :v já havia lido essa creepy, acho que aqui no blog mesmo, não sei porque dividir em partes se ela é pequena!

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  2. Não tem essa creepy aqui no blog.
    Ela dá mais de 11 páginas. Dividi para não ficar tão cansativa. Também acho ruim quebrar a história assim, mas achei melhor do que deixar muito longa.

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  3. Não entendi o que aconteceu no final

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  4. Alguem me passa o numero?!?
    Quero jogar esse jogo :3

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  5. Eu ja tinha visto essa creepy aqui no site, tenho certeza

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  6. Provalvelmente ela passou a msg pra alguem

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